quinta-feira, 22 de abril de 2010

De Nova York a Livramento

Julho de 1999, fazia muito calor, era minha primeira vez nos Estados Unidos e principalmente era minha primeira vez em Nova York. Foi a realização de um sonho acalentado por muitos anos. Ver a Estátua da Liberdade antes do avião aterrizar, já foi o suficiente para eu ficar totalmente deslumbrada.

Após o desembarque no aeroporto Kennedy um ônibus nos levou para um City Tour pela cidade. Quando nos aproximamos da ilha de Manhattan, o guia fez tocar a música New York New York com Frank Sinatra, foi emocionante, a medida que o ônibus avançava pela ponte podia-se ver a paisagem repleta de edifício muitos deles já meus velhos conhecidos de filmes e seriados americanos como o Empire State por exemplo.
Contar tudo que vi e vivi naqueles poucos dia em Nova York é assunto para muitas e muitas páginas e, talvez eu volte a escrever daqui a algum tempo. Nova York é uma grande cidade, as pessoas que passam sempre apressadas, suas lojas, seus parques, suas ruas, restaurantes e teatros formam um cenário magnífico é como se estivéssemos dentro de um filme.

Bem, falemos agora um pouco dos pampas. No mês de março passado, fizemos nossa tradicional viagem anual a Santana do Livramento (terra de meu marido).
Procuramos a cada viagem fazer algum roteiro alternativo para quebrar o tédio de andar por retas que não acabam nunca. Este ano resolvemos passar direto por Rosário, “dar uma passadinha em Alegrete” e “uma chegadinha em Uruguaiana” e depois então retornar à Livramento. No percurso de Rosário para Alegrete naquele cenário de campos verdíssimos resolvemos ir ouvindo o Canto Alegretense, foi tocante, foi tão bonito que “arrepiei”.
Continuando a viagem para Uruguaiana, é quase impossível descrever a paisagem de campos infinitos, um horizonte indescritível, e ainda ter o privilégio de assistir o por do sol nas colinas ondulantes. É uma imensidão de terras habitada por gente que vive ainda arraigada nas mais puras tradições do nosso Estado.
Se em Nova York a gente se sente dentro de um filme, aqui nestas “bandas” é como estar dentro de um livro de Simões Lopes Neto.

Nelson Motta ao registrar suas impressões sobre Nova York fez isto num livro que entitulou de “Nova York é Aqui”. Andando pelos pagos e deslumbrada pela paisagem eu pensei cá com meus botões: “O Rio Grande é Aqui”.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Viagens

Meu marido e eu sempre gostamos muito de viajar, e depois que tivemos nossa filha, nossas viagens ficaram bem mais animadas. Carolina desde muito pequena foi uma companhia muito alegre e participativa, encarou sempre com disposição longas viagens e, assim como vibrava com uma praia, também nunca achou ruim visitar um museu ou uma igreja.

Sempre que possível, damos preferência por viajar em nosso próprio carro, isto nos dá mais liberdade para apreciar as paisagens e fazer nossa própria escolha quanto às paradas.

Uma das mais prazerosas viagens que fizemos, foi quando decidimos ir até Angra dos Reis no Estado do Rio de Janeiro viajando sempre pelo litoral. No Estado de São Paulo, tomamos a Estrada Rio Santos que é verdadeiramente cinematográfica, viaja-se praticamente pendurados entre a serra e o mar, as praias são lidíssimas, a cor do mar varia entre o verde e o azul a mata é densa e mesmo com a presença do asfalto, tem-se a impressão que ali a natureza nunca foi tocada pela mão do homem.
Foi nesse cenário magnífico que conhecemos a cidade de Parati, uma pérola, que conserva sua arquitetura e suas ruas estreitas. Andamos por sobre calçamentos e entre prédios datados do século XVIII e ainda hoje preservados.
Aprende-se muito da história do Brasil naquela pequena cidade, o acervo histórico é fabuloso, os museus são testemunhos do desenrolar da história, da arte, da política e da economia do nosso País, e tudo isso rodeado por praias lidíssimas, cachoeiras de água doces fabulosas e aquela presença da mata que de tão linda chega a ser perturbadora.

Alguns quilômetros adiante de Parati, nos deparamos com a Usina Nuclear de Angra dos Reis. Lá os turistas eram recepcionados numa sala especial onde se assistia vídeos explicativos sobre o funcionamento e a finalidade da usina. Notava-se naquele local que a presença da usina não conseguia quebrar o encanto da natureza que ao seu redor permanece rica e generosa.

É impressionante como duas coisas tão diferente como uma cidade antiga e uma moderna usina nuclear conseguem cada uma do seu jeito sobreviver pacificamente com a natureza, e ambas nos parecem igualmente bonitas pelo fato de que à elas a natureza se sobrepõe com todo seu esplendor.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

E segue minha novela com os Ipês Amarelos...


Em 29 de dezembro de 2009, novamente para meu espanto, um dos nossos pés de Ipê Amarelo nos presenteou com belas flores entremeadas às suas folhas verdes; eram nove ao total. Esta mesma árvore já floresceu em outras ocasiões totalmente fora de época.

Quando voltamos de Santos em 03 de janeiro de 2010, as flores já haviam caído. Fiquei um pouco decepcionada pois esperava encontrar a árvore repleta de flores.

Hoje, 13 de janeiro de 2010, outra vez, o mesmo pé de Ipê amanheceu com diversas flores mais amarelas e lindas do que nunca. Colhi três delas e guardei na página 279 do livro Os Sertões.

Dos quatro pés de Ipê que plantamos aqui em casa, este que está constantemente nos surpreendendo com flores fora de época é justamente o menor de todos, ele parece um anão, seu tronco está engrossando, seus galhos estão se espalhando para os lados e ele nada de ganhar altura. Tenho a impressão que ele floresce assim para me agradar acho que ele sabe o quanto amo estas flores. Ele me faz compará-lo ao nosso cachorro Gabo que além da semelhança física, também está sempre preocupado em nos agradar.

A época de florir o Ipê é no mês de agosto, anunciando o final do inverno. Nesta ocasião, ele perde todas as folhas e se cobre de flores amarelas de beleza indescritível. Após um ou dois dias as flores começam a cair transformando o solo abaixo da árvore em um lindo tapete amarelo. (Existem Ipês com flores roxas, brancas e, se não me engano também cor de rosa, porém, a minha paixão é a flor amarela).

Gostaria que como referência para endereço de nossa casa além de nome de rua e número pudesse indicá-lo também como “a casa do Ipê Amarelo”. Para tanto, é necessário que minha pequena árvore continue florescendo o ano todo e, felizmente acho que ela está trabalhando para isso.